Ciclo de Prevenção sobre Violências promove capacitação sobre autolesão 03/09/2019 - 18:00

Auto Lesão
O comportamento autolesivo na adolescência é um tema que chama a atenção dos profissionais da área da saúde devido ao aumento das ocorrências no mundo. Estudos científicos apontam que 14% dos adolescentes já se autolesionaram pelo menos uma vez na vida.

A questão é preocupante e por isso a Secretaria da Saúde do Paraná promoveu nesta semana, em parceria com o Núcleo da Paz e Secretaria da Justiça, Família e Trabalho, capacitação para profissionais que atuam na área.

Além de servidores das duas secretarias, participaram também profissionais da Secretaria de Estado de Educação.

O tema foi debatido no IV Ciclo de Videoconferências do Núcleo Estadual Intersetorial de Prevenção de Violências e Promoção da Saúde e da Cultura da Paz, o Núcleo da Paz

“O comportamento autolesivo se constitui em um grande desafio para os profissionais que atuam com os jovens; precisamos saber identificar e acolher o problema, além de desenvolver estratégias de intervenção. A maioria das autolesões não possui intenção suicida. Mas, pessoas com esse comportamento apresentam maior risco de se engajarem em algum comportamento suicida ao longo da vida. Por mais superficial que a autolesão seja no início, pode se agravar”, explica a psicóloga da Divisão da Saúde Mental da Sesa, Flávia Figel.

O evento fez parte da programação do Setembro Amarelo, mês de conscientização sobre a importância da prevenção do suicídio.

Segundo a psicóloga e mestre em psicobiologia, a qualidade do acolhimento ofertado a este jovem fará toda a diferença na sequência do tratamento. “Se identificarmos e engajarmos este jovem às intervenções nos níveis da saúde, educação e assistência social, temos grandes chances de ajudá-lo”, explica.

“Trata-se de um esforço conjunto”, afirma Flávia Figel. “Os sinais de alerta para os casos de autolesão são mais identificados na escola ou em casa e, assim que percebidos, devem ser encaminhados para o serviço de saúde, para que sejam feitos os atendimentos necessários. A Atenção Primária é a porta de entrada para estes jovens e por isso precisamos garantir que os profissionais das nossas unidades estejam sensíveis ao problema dando o suporte necessário de forma imediata”.

Comportamento – Este comportamento passou a ser estudado a partir dos anos 60. São fatores de risco para a autolesão: o histórico de violência física, psicológica e sexual vivido pela pessoa, a dificuldade de se expressar, depressão e isolamento social, entre outros.

A autolesão acontece por meio de cortes, arranhões, mordidas e queimaduras e podem incluir uma diversidade de métodos. “O jovem ainda está aprendendo a lidar com emoções negativas e diante de dificuldades pode se autolesionar”, disse a psicóloga.

“Pais, familiares, educadores e profissionais da saúde devem estar alertas a este problema, observando as atitudes dos jovens no dia a dia – mudanças de comportamento; de hábitos de se vestir, como o uso de roupas de mangas longas em dias quentes; posse de objetos cortantes, como facas, canivetes e cacos de vidro, e principalmente, verificar se ele apresenta sinais de autolesão pelo corpo. Se fizermos uma identificação precoce deste comportamento, poderemos prevenir que o caso se agrave”, salientou..

Ao acolher uma pessoa com este tipo de comportamento, o profissional da saúde deve notificar o caso. O comportamento autolesivo é de notificação obrigatória.