Em dia de conscientização, Sesa alerta sobre obesidade infantil 03/06/2020 - 17:05

Com o intuito de alertar a população sobre os riscos e cuidados necessários para o combate a obesidade infantil, hoje (03/06), é celebrado o Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil. Segundo a Organização Mundial da Saúde, este é considerado um dos principais desafios para o século XXI.

Segundo dados divulgados pela Organização Internacional World Obesity, atualmente cerca de 158 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos convivem com o excesso de peso, e esse número deve aumentar para 254 milhões em 2030 em todo o mundo.

No Paraná, em 2019, dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), apontam que três em cada dez crianças de idade entre 5 a 9 anos atendidas nas Unidades de Saúde apresentaram excesso de peso. E que 15% deste grupo estavam obesas. Entre as crianças menores de 5 anos, 13,1% apresentaram excesso de peso.

A obesidade é um problema de saúde grave que deve ser tratada com seriedade, principalmente na população infantil. O tratamento requer uma mudança no estilo de vida, nos hábitos alimentares e a inclusão de atividade física, bem como de comportamentos frente à comida de toda a família.

“As crianças com obesidade têm grandes chances de se tornar adultos obesos e desenvolver diversas doenças crônicas como hipertensão, diabetes, infarto, entre outras. As causas da obesidade são influenciadas por um conjunto de fatores relacionados ao estilo de vida da população. Devemos priorizar para nossas crianças uma alimentação saudável sempre aliando com à pratica de atividades físicas”, alerta o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

Cristina Klobukoski, nutricionista da Divisão de Promoção da Alimentação Saudável e Atividade Física da Sesa, explica que as dietas restritivas prejudicam o crescimento e o desenvolvimento da criança.

“Esse tipo de dieta além de aumentar a fome, reduz o metabolismo e pode fazer com que a criança perca a noção de fome e saciedade, aumentando a obsessão por comer e o comer emocional, além de proporcionar sentimentos negativos em relação à comida, como culpa e ansiedade, pode gerar transtornos alimentares”.

ALIMENTAÇÃO - Dados de 2019 do SISVAN nas crianças paranaenses menores de seis meses, apenas 58% estavam em aleitamento materno exclusivo e dos seis aos 23 meses, a prevalência do aleitamento materno caiu para 49%.

Das crianças de seis a 23 meses, 55% consumiram alimentos ultraprocessados e 37% bebidas adoçadas no dia anterior à avaliação. Entre as crianças de 5 a 9 anos avaliadas, 53% haviam consumido macarrão instantâneo, salgadinho de pacote ou biscoito salgado, 76% consumiram bebidas adoçadas e 67% consumiram biscoitos recheados, doces ou guloseimas no dia anterior. Ainda, 53% dessas crianças possuíam o hábito de realizar refeições em frente à televisão.

PREVENÇÃO - A prevenção inicia com um ganho de peso gestacional adequado e aleitamento materno até dois anos ou mais, sendo exclusivo nos seis primeiros meses. Após os seis meses, a alimentação da criança e de toda a família deve ser baseada em produtos in natura e minimamente processados, como frutas, verduras, legumes, feijão, arroz, leite, carnes, ovos, castanhas.

O açúcar não deve ser oferecido para crianças menores de dois anos e não deve fazer parte da rotina alimentar mesmo nos anos posteriores, além de não ser necessário e causar danos à saúde da criança, com exposição excessiva de doce desde cedo e pode causar dificuldade na aceitação de alimentos saudáveis, importantes para seu crescimento e desenvolvimento.

Os ultraprocessados, como refrigerantes, biscoitos recheados, macarrão instantâneo, suco de caixinha, salsicha, empanados e salgadinhos também devem ser evitados.

“O consumo de alimentos em frente às telas causa distração, fazendo com que a criança coma de forma automática e, muitas vezes, em excesso, prejudicando o controle de fome e saciedade e promovendo ganho excessivo de peso”, completa Cristina.

AÇÕES – Como forma de prevenção e controle da obesidade infantil, a Sesa coordena em âmbito estadual programas como a Vigilância Alimentar e Nutricional, o Programa Saúde na Escola e o Programa Crescer Saudável.