Família autoriza doação de órgãos de adolescente que teve meningite
26/02/2019 - 17:40

Vacina
A família da adolescente de 15 anos, que teve meningite em Campo Mourão (Noroeste do Paraná), autorizou a doação dos órgãos para transplantes. A equipe do Centro Transplantador UOPECCAN (Hospital do Câncer de Cascavel), que faz parte do Sistema Estadual de Transplantes, foi acionada para fazer a captação para que os órgãos (rins, fígado, tecido ocular e coração para valvas) possam salvar outras vidas.

A morte da menina foi confirmada na manhã desta terça-feira (26). Os exames laboratoriais indicaram tratar-se de meningite meningocócica do grupo B, cuja vacina não faz parte do calendário vacinal da rede pública preconizado pelo Ministério da Saúde.

Além da vacinação, há vários cuidados que podem prevenir a meningite. O enfermeiro Renato Lopes, da Divisão de Vigilância de Doenças Transmissíveis da Secretaria da Secretaria da Saúde do Paraná (SESA), salienta que os principais são higiene, ventilação dos ambientes e não-compartilhamento de objetos. Os principais sintomas são dor de cabeça, rigidez da nuca, febre, convulsão e vômito.

Nas crianças abaixo de um ano, observa-se choro persistente e inchaço na moleira. Em alguns casos, o paciente pode também apresentar manchas vermelhas na pele (petequias).

CASOS DO PARANÁ – Dados preliminares de 2018 indicam a ocorrência de 1.601 casos dos mais variados tipos de meningite, com 108 mortes. Neste ano, são 143 casos com 13 mortes.

As meningites meningocócicas do grupo C foram sete, que resultaram em três mortes. Os dados estão dentro da média histórica paranaense. O comum é que casos se acumulem um pouco mais nos meses de inverno.

De acordo com Renato Lopes, a meningite pode ser causada por uma série de microorganismos – vírus, bactérias, fungos, parasitas, ou até por complicações de outras doenças, entre elas o sarampo e a pneumonia. Daí a grande importância de todas as pessoas estarem com as vacinas em dia, para estarem imunizadas contra meningite de forma direta e indireta.

A maior ocorrência da meningite está entre as causadas por vírus (60%), que costuma ser a forma mais benigna, com boa evolução para cura. Outros 30% são causados por bactérias – existem mais de 200 que podem provocar a doença. Elas ocorrem mais por complicações de outras doenças ou são transmitidas pelo contato entre pessoas. Os 10% restantes são causados por fungos ou protozoários.

VACINAS – A vacina fornecida nas unidades de saúde se refere a, entre outras, a meningite meningocócica do grupo C. Muitas vezes há denúncias de falta dessa vacina, uma vez que os Estados brasileiros não recebem o número suficiente de doses para fazer frente às suas necessidades. No caso do Paraná, a média recebida tem sido de 66 mil por mês, quando seriam necessárias 88 mil.

No caso de meningite, especificamente, as vacinas que fazem parte do calendário oficial são a Meningo C, a Pneumo 10-Valente, a Haemophilus influenzae (sua incidência reduziu muito nos últimos anos) e a BCG, que imuniza contra formas graves de tuberculose com possibilidades de evoluírem para meningite.