Hantavirose

Hantaviroses - CID10: A98.5

Aspectos Clínicos e Epidemiológicos

A Hantavirose é uma zoonose viral aguda, causada por vírus RNA pertencente ao gênero Orthohantavirus, família Hantaviridae, ordem Bunyavirales. A infecção em humanos ocorre mais comumente pela inalação de partículas contendo excretas de roedores de diferentes espécies infectadas. Na América do Sul, inclusive no Brasil, em seu quadro clínico foi observado importante comprometimento cardíaco, passando a ser denominada de Síndrome Cardiopulmonar por Hantavírus (SCPH).  Os hantavírus possuem como reservatórios naturais alguns roedores silvestres, que podem eliminar o vírus pela urina, saliva e fezes. Os roedores podem carregar o vírus por toda a vida sem adoecer.

IMPORTANTE: Nas Américas, a hantavirose se manifesta sob diferentes formas, desde doença febril aguda inespecífica, até quadros pulmonares e cardiovasculares mais severos e característicos, podendo evoluir para a síndrome da angústia respiratória (SARA).

No período de janeiro 2007 a dezembro de 2024* foram notificados 2.605 casos suspeitos de SPH no Paraná, destes 172 foram confirmados e 61 evoluíram para óbito pelo agravo. As regionais de saúde com os maiores percentuais de casos confirmados em relação ao total do Estado foram: a 6ªRS em União da Vitória (39,39%), 4ªRS em Irati (17,42%), 2ªRS metropolitana (14,39%) e 3ªRS em Guarapuava, com 12,88% dos casos confirmados.

Em relação à letalidade por SCPH, a taxa média do Paraná ao longo do período de 2007 a 2024 foi de 41%.

 

Quais são os sintomas?

Na fase inicial (Prodrômica)

  • febre;
  • dor nas articulações;
  • dor de cabeça;
  • dor lombar;
  • dor abdominal;
  • sintomas gastrointestinais.

Na fase cardiopulmonar

  • Febre;
  • Dificuldade de respirar;
  • Respiração acelerada;
  • Batimentos cardíacos acelerados;
  • Tosse seca;
  • Pressão baixa (hipotensão);
  • Derrame pleural.

ATENÇÃO: Nessa fase, também é possível surgir edema pulmonar não cardiogênico, com o paciente evoluindo para insuficiência respiratória aguda e choque circulatório. A taxa de letalidade (óbitos) é alta, comumente em torno de 45%.


Como é transmitida?

 

A infecção humana por hantavirose ocorre mais frequentemente pela inalação de aerossóis, formados a partir da urina, fezes e saliva de roedores infectados. As outras formas de transmissão, para a espécie humana, são:

  • percutânea, por meio de escoriações cutâneas ou mordedura de roedores;
  • contato do vírus com mucosa (conjuntival, da boca ou do nariz), por meio de mãos contaminadas com excretas de roedores;
  • transmissão pessoa a pessoa, relatada, de forma esporádica, na Argentina e Chile, sempre associada ao hantavírus Andes.

O período de transmissibilidade do hantavírus no homem é desconhecido. Estudos sugerem que o período de maior viremia seria alguns dias que antecedem o aparecimento dos sinais/sintomas. Já o período de incubação do vírus, ou seja, o período que os primeiros sintomas começam a aparecer a partir da infecção, é, em média, de 1 a 5 semanas, com variação de 3 a 60 dias.

 

Fatores determinantes a ocorrência da Hantavirose

De modo geral, as atividades domésticas como limpeza de ambientes fechados potencialmente contaminados e varredura de peridomicílio, o trabalho na agricultura (lavoura ou corte de pinus) e atividades de lazer (ecoturismo e esportes em ambiente terrestre e rural), que estejam direta ou indiretamente associadas à exposição a roedores e/ou suas excretas, constituem as situações de risco mais comumente observadas em infecções por hantavírus.

Diversos fatores ambientais estão associados com o aumento no registro de casos de hantavirose, e estão ligados ao aumento da população de roedores silvestres como, o desmatamento e queimadas desordenados, a expansão das cidades para áreas rurais e as áreas de grande plantio, favorecendo a interação entre homens e roedores silvestres.

Fenômenos naturais como a floração de bambus, também podem contribuir com a ocorrência de casos e surtos. Um exemplo clássico é o chamado “fenômeno da ratada”, caracterizado por um aumento exacerbado no número de roedores de uma determinada área, devido ao aumento na oferta de sementes durante a floração e frutificação cíclica (a cada 10, 20 anos ou mais) de determinada espécie de bambus nativos da Mata Atlântica conhecidos como taquaras.

 


Como é feito o diagnóstico?

 

Atualmente, os exames laboratoriais para diagnóstico específico da hantavirose são realizados em laboratórios de referência. Os exames estão disponíveis na rede pública de laboratórios para confirmação ou descarte dos casos.

O diagnóstico é feito, basicamente, por meio da sorologia. O Ministério da Saúde disponibiliza os kits necessários para testes sorológicos. 

  • ELISA-IgM –cerca de 95% dos pacientes com SCPH têm IgM detectável em amostra de soro coletada no início dos sintomas, sendo, portanto, método efetivo para o diagnóstico de hantanvirose.
  • Imunohistoquímica – técnica que identifica antígenos específicos para hantavírus em fragmentos de órgãos. Particularmente utilizada para o diagnóstico nos casos de óbitos, quando não foi possível a realização do diagnóstico sorológico in vivo.

Observe-se que quando o óbito é recente possibilita a realização de exame sorológico (ELISA IgM), mediante coleta de sangue do coração ou mesmo da veia.

  • RT-PCR –método de diagnóstico molecular, útil para identificar o vírus e seu genótipo, sendo considerado exame complementar para fins de pesquisa.

A coleta de amostra deve ser feita logo após a suspeita do diagnóstico, pois o aparecimento de anticorpos da classe IgM ocorre concomitante ao início dos sintomas e permanecem na circulação até cerca de 60 dias, após o início dos sintomas. Quando em amostra única não for possível definir o diagnóstico, deve-se repetir a coleta e realizar uma segunda sorologia somente nas situações em que o paciente apresentar manifestações clínicas fortemente compatíveis com a SCPH e se a primeira amostra foi coletada nos primeiros dias da doença.

A técnica ELISA-IgG, ainda que disponível na rede pública, é utilizada apenas em estudos epidemiológicos, para detectar infecção viral anterior, em roedores ou em seres humanos.

 

Diagnóstico diferencial

Se necessário, são feitos exames para diagnóstico diferencial, uma vez que alguns sintomas se confundem com o de outras doenças, como septicemia, leptospirose, influenza e outros viroses respirattórias, pneumonia atípica, dengue, Covid-19 e febre hemorrágica de etiologia viral.

  • Doenças de origem infecciosa – Leptospirose, influenza e parainfluenza, dengue, covid-19, febre amarela e febre do Valle Rift, doenças por vírus Coxsackies, Adenovirus e Arenavirus (febre de Lassa), triquinelose, malária, pneumonias (virais, bacterianas, fúngicas e atípicas), septicemias, rickettsioses, histoplasmose, pneumocistose. 
  • Doenças não infecciosas – abdômen agudo de etiologia variada, síndrome da angústia respiratória (SARA), edema agudo de pulmão (cardiogênico), pneumonia intersticial por colagenopatias (lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatóide); doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).

Como é feito o tratamento?

 

Não existe um tratamento específico para as infecções por hantavírus. As medidas terapêuticas são fundamentalmente de suporte, ministradas conforme cada caso por um médico profissional.

Por se tratar de uma doença aguda e de rápida evolução, a hantavirose, ou síndrome cardiopulmonar por hantavírus (SCPH), é de notificação compulsória imediata, devendo portanto, ser notificadas ao Ministério da Saúde,  em até 24 horas, pelas Secretarias Municipais de Saúde, por meio do Sinan/Net.

Como a hantavirose é uma doença de transmissão respiratória, profissionais que possam estar expostos, principalmente trabalhadores rurais e profissionais de saúde que irão realizar investigações epidemiológica e ambiental no local provável de infecção, devem utilizar os seguintes equipamentos de proteção individual:

  • Máscara pff3;
  • Luvas de borracha (látex);
  • Avental;
  • Óculos de proteção;
  • Galocha.

Todo profissional potencialmente exposto ao risco deve ser orientado sobre as formas de transmissão, os períodos de incubação e sinais/sintomas da doença. Quando possível, deve-se determinar o nível de risco para cada atividade profissional e identificar as respectivas medidas de prevenção a serem previamente realizadas.

ATENÇÃO: Trabalhadores que apresentem febre ou qualquer doença respiratória em um período de até 60 dias após uma possível exposição ou situação de risco devem buscar, imediatamente, assistência médica e relatar ao profissional de saúde a sua história epidemiológica.


Transporte do paciente

 

Dada a evolução rápida e progressiva do quadro prodrômico para insuficiência respiratória grave e, até mesmo, choque circulatório, como medida de prevenção do óbito o paciente com sinais de gravidade sob suspeita diagnóstica de hantavirose deve ser transportado para um hospital com suporte de UTI, acompanhado de médico habilitado e em condições que assegurem: 

  • estabilidade hemodinâmica;              
  • parâmetros ventilatórios adequados, com oxigenioterapia e suporte ventilatório mecânico;        
  • acesso venoso, sem administração excessiva de líquidos;                
  • controle cardiovascular com uso de aminas vasoativas em doses adequadas;          
  • normas de biossegurança;      
  • mobilização apenas quando necessária e sem desgaste físico do paciente.

 


Como prevenir?

 

A prevenção das hantavirose baseia-se na utilização de medidas que impeçam o contato do homem com os roedores silvestres e suas excretas (resíduos eliminados do organismo).

As medidas de controle devem conter ações que impeçam a aproximação dos roedores, como, por exemplo, roçar o terreno em volta da casa, dar destino adequado aos entulhos existentes, manter alimentos estocados em recipientes fechados e à prova de roedores, além de outras medidas que impeçam a interação entre o homem e roedores silvestres, nos locais onde é conhecida a presença desses animais.

 


Características Epidemiológicas

 

No Brasil, a doença têm sido diagnosticada de forma esporádica, sendo que os três primeiros casos (1993) da síndrome pulmonar por hantavírus (SPH) foram identificados em São Paulo, município de Juquitiba.

Desde então possui 2.376 casos reportados até dezembro de 2024 com uma letalidade de quase 40%. A região sul é a primeira em número de casos no Brasil com 849 casos reportados e 281 óbitos, estando o estado do Paraná com 294 casos e 102 óbitos registrados no período.


 

 
Vigilância Epidemiológica
 
Objetivo

Manter um sistema sentinela que permita identificar precocemente os casos suspeitos/surtos e conhecer os fatores de risco associados à doença, a fim de direcionar ações adequadas de prevenção e controle; realizar investigação epidemiológica de todos os casos suspeitos; reduzir a incidência de casos graves e letalidade pela doença no Estado do Paraná.

 
Definição de caso
  • Suspeito - paciente previamente sadio com histórico de síndrome gripal: febre acima de 38°C, mialgias, calafrios, grande astenia, sede e cefaleia, acompanhadas de sintomas e sinais de insuficiência respiratória aguda de etiologia não determinada ou edema pulmonar não cardiogênico, na primeira semana da doença. Na fase cardiopulmonar, os dados clínicos associados a achados laboratoriais, como leucocitose com desvio à esquerda, trombocitopenia, hematócrito elevado, infiltrados pulmonares intersticiais e aumento de desidrogenase láctica (DHL), podem levar à suspeita de SPH; 

 

  • Confirmado

      1. Critério laboratorial: caso suspeito com exame laboratorial específico positivo como sorologia ELISA (IgM), PCR ou imunohistoquímica. 

      2. Critério clinico epidemiológico:  indivíduo com quadro clínico de insuficiência respiratória aguda, que tenha evoluído para óbito, sem coleta de amostras para exames específicos, e que tenha frequentado áreas conhecidas de
          transmissão de hantavírus ou exposição a mesma situação de risco de pacientes confirmados laboratorialmente nos últimos 60 dias.

 
Medidas de controle

Investigação epidemiológica - deverá ser realizada de forma clara e objetiva, incluindo o preenchimento de uma ficha Sinan para cada caso suspeito.

Compreender os seguintes aspectos

  1. Investigação clínico-epidemiológica e/ou laboratorial de todos os casos, para confirmação diagnóstica;
  2. Determinação do local provável de infecção e situação de exposição de risco nos últimos 60 dias.
  3. Pesquisar os fatores de risco e o provável reservatório do vírus; condições propícias à proliferação de roedores nos locais de trabalho e/ou moradia e as atividades em áreas potencialmente contaminadas.
  4. Deverá ser feito o mapeamento de todos os casos para determinar a distribuição espacial e geográfica da doença (onde está ocorrendo), e as áreas onde serão realizadas as ações de controle. 
  • Controle de roedores
  1. Eliminar todos os resíduos que possam servir de fonte de alimento e de abrigo,
  2. Evitar acúmulo de entulhos no terrenos;
  3. Vedar fendas e frestas das residências com tamanho superior a 0,5 cm, para evitar a entrada de roedores nos domicílios;
  4. Plantio distante 50 metros das residências;
  5. Remover diariamente, no período noturno, as sobras dos alimentos de animais domésticos;
  6. Caso não exista coleta regular, os lixos orgânicos e inorgânicos devem ser enterrados separadamente, respeitando-se distância mínima de 30 m do domicílio e de fontes de água;
  7. Armazenar insumos e produtos agrícolas (grãos, hortigranjeiros e frutas) em silos ou tuIhas situados a uma distância mínima de 30 m do domicílio. O silo ou a tuIha deverá estar suspenso a uma altura de 40 cm do solo, com escada removível e ratoeiras dispostas em cada suporte.
  8. O controle químico ou desratização só está indicado em ambiente urbano, em áreas de alta infestação por roedores, devendo ser realizado por empresa especializada.
  • Precauções com roedores silvestres
  1. Recomenda-se que todos os roedores silvestres sejam considerados potenciais reservatórios de hantavírus, devendo ser manejados apenas por profissionais treinados e conforme normas de biossegurança de nível 3 específicas;
  2. Desinfecção de ambientes potencialmente contaminados: usar desinfetantes como hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária a 10%, diluindo 1 medida em 9 medidas de água. Em habitações fechadas ventilá-las por 30 minutos antes da entrada, que deve se dar com EPIs adequado e proteção respiratória (máscaras PFF3 ou equipamentos de pressão negativa). Realizar a limpeza do piso e móveis com um pano umedecido em detergente ou água sanitária, que evitará a formação de aerossóis.
  3. Alimentos e outros materiais contaminados devem ser previamente molhados com detergentes e enterrados em bolsa plástica dupla a uma profundidade de, pelo menos, 50 cm.
  4. Só manipular roedores mortos, objetos ou alimentos contaminados usando máscara e  luvas de borracha.
  5. Todos as pessoas que forem atuar na limpeza dos locais potencialmente contaminados devem estar devidamente treinados para desenvolver suas atividades de maneira segura.

IMPORTANTE: recomenda-se aos profissionais de saúde que usem máscaras de pressão negativa ou descartáveis, ambas com filtro PFF3, sempre que a investigação epidemiológica exigir que frequentem locais com suspeita de contaminação por hantavírus, sejam ambientes fechados ou não.

 
Importância

A implantação da Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Síndrome Pulmonar por Hantavírus (SCPH) se mostra essencial no aprofundamento do conhecimento sobre seu comportamento e introdução de medidas de prevenção e controle de casos oportunas e diminuição na letalidade pela doença. Neste sentido a vigilância epidemiológica da doença deve ser realizado em duas frentes que se complementam: a vigilância dos casos suspeitos em humanos e a vigilância ecoepidemiológica e ambiental dos roedores reservatórios.
Esta vigilância deverá ser capaz de proporcionar informações adequadas e em tempo oportuno, para que se efetuem ações de prevenção e controle. Deve se antecipar a ocorrência de processos patológicos comuns à síndrome, detectando o caso precocemente, evitando as formas graves e, consequentemente, os óbitos pela doença. A longo prazo o seguimento e a análise da tendência e ocorrência da síndrome é de grande importância para detectação de qualquer eventual mudança no perfil epidemiológico da SCPH que necessite de intervenção imediata.

 
Identificação de casos

Caso suspeito - paciente com antecedentes epidemiológicos, que apresenta febre e mialgias em grandes grupos musculares:

  • 1) Se o quadro for severo: realizar hemograma com contagem de plaquetas. Se resultar: hematócrito igual/acima de 50, ou Contagem de plaquetas abaixo de 150.000, ou presença de linfócitos atípicos considerar o caso como suspeito e internar em UTI com muita urgência.
  • 2) Se o quadro for moderado ou leve: medir a frequência respiratória e a saturação de oxigênio
    • Se a frequência respiratória estiver menor do que 24 movimentos respiratórios por minuto, ou se o nível de saturação de oxigênio estiver maior do que 90%, considerar o caso como não suspeito.Todavia, nova avaliação deve ser feita em 24 horas.
    • Se a frequência respiratória estiver acima de 24 movimentos respiratórios por minuto, ou o nível de saturação de oxigênio estiver menor do que 90%, fazer Rx de tórax:
      • Se a imagem apresentar padrão lobar, considerar o caso como não suspeito.
      • Se a imagem apresentar infiltração intersticial, bilateral, considerar o caso como suspeito e internar em UTI urgentemente.
      • Ainda, solicitar hemograma com contagem de plaquetas, e considerar o indicado no item número 1.

Critérios de exclusão: pacientes com doença pulmonar severa prévia, imunodeficiência adquirida ou congênita, que faça uso de terapia imunossupressora ou doença que explique o quadro pulmonar atual (traumatismo torácico, história prévia de aspiração).

Confirmação de caso: casos que se enquadrem nas definições acima deverão, tenham antecedentes epidemiológicos e prova laboratorial positiva. Deve ser colhido sorologia para exame específico ELISA ( IgM em soro ou soro conversão por IgG) e/ou histoquímica de órgãos (apenas para óbito) e encaminhado ao Lacen/PR, que enviará ao Laboratório de Referência nacional (Fiocruz/PR. As amostras devem ser enviadas conforme normas de coleta e conservação descritas no manual do Lacen/PR, disponível no GAL.

 
Notificação de casos suspeitos

Trata-se de uma doença emergente e qualquer caso suspeito é de notificação compulsória imediata para investigação e tratamento adequado de casos, em como desencadeamento de ações de controle no local provável de infecção (LPI).

Casos suspeitos deverão ser comunicados à coordenadoria de vigilância Ambiental (CVIA), na Secretaria Estadual da Saúde – Divisão de Vigilância de Zoonoses e Intoxicações (DVVZI) pelo telefone (41) 3330-4466. Deverá ser preenchida pelo serviço de saúde local a Ficha Individual de Notificação, já existente no Sinan/Net (Sistema de Informação de Agravos de Notificação – CID A98.8) .

Na ocasião da investigação do caso no local provável de infecção deverá ser preenchido o roteiro de investigação de casos suspeitos de Hantavirose da Sesa/PR.

 
Fluxo da notificação
  • Unidade de saúde local
  • Notificação do caso suspeito no SINAN e envio da amostra a SMS
  • Vigilância Epidemiológica do município
  • Lacen/PR
  • Laboratório de referência nacional no Instituto Carlos Chagas (ICC)/Fiocruz/PR
 
Ações de vigilância
  • Na presença de casos suspeitos, deve-se proceder a visita domiciliar, para investigação epidemiológica e ambiental, busca ativa de contatos (pessoas que coabitam/utilizam o mesmo espaço do caso suspeito)  e coleta de amostras de sangue de sintomáticos. Incluir todos os indivíduos com processo infeccioso inespecífico ou com sintomas respiratórios, nos últimos 60 dias, antes do aparecimento dos sintomas do caso sob investigação.
  • Observar as condições de habitação, a presença ou não de roedores no domicílio e peridomicílio, atividades de lavoura, presença de mata em torno da residência; presença de paiól, galpões, silos e outros anexos peridomiciliares e; condições de acondicionamento de ração/milho para alimentação de animais de criação; atividades de lazer/turismo em locais rurais ou silvestres: caça, pesca, ecoturismo;
    treinamento militar e pesquisas científicas.
 
Medidas de controle

Em relação à fonte de infecção:

  • Diminuir a entrada de roedores no domicílio, através das seguintes medidas
  1. Acondicionar alimentos, inclusive ração animal, em recipientes bem fechados
  2. Acondicionar o lixo em recipientes com tampa
  3. Não deixar restos de comida espalhados pela casa
  4. Lavar as louças e utensílios de cozinha logo após o uso
  5. Não deixar acumular entulho ou lixo ao redor da casa
  6. Cortar o mato em torno da casa
  7. Cobrir/fechar todas as aberturas (frestas e buracos) da residência com diâmetro acima de 1,5 cm.

Em relação ao modo de transmissão:

  • No domicílio onde ocorreram casos:
  1. Lavar o chão com água, detergente ou desinfetante/hipoclorito ou água sanitária, não varrer anteriormente. Para este procedimento, deve-se ventilar o ambiente 30 minutos antes de adentrar e, utilizar luvas e máscaras de proteção.
  2. Trabalhadores de locais de risco, devem ser informados dos sintomas e formas de prevenção da doença.
 
 Vigilância do óbito no Paraná
 
 Outros materiais Educativos

 

Para maiores informações consultar a nota técnica 10/2025 da DVVZI/CVIA/DAV/SESA-PR que trata da Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Síndrome Cardiopulmonar por Hantavírus no Estado do Paraná.