O Laboratório Central do Estado (Lacen/PR) ampliou a capacidade de identificar fungos e bactérias que podem gerar doenças ou serem de tratamento complicado. Isso é possível pelo espectrômetro de massa com tecnologia MALDI-TOF de última geração, que reduz o tempo de espera pelos resultados e possibilita o acesso a um banco de informações utilizado somente por laboratórios de referência, que ajuda na localização dos microrganismos importantes em saúde pública.

O aparelho é o segundo do Lacen/PR e tem uma tecnologia que utiliza laser para ionizar microrganismos de amostras biológicas, que gera um espectro de massa único e que funciona como uma "impressão digital" química da espécie analisada. Essa impressão digital possibilita a diferenciação precisa entre espécies geneticamente próximas, o que é determinante para a escolha do tratamento e monitoramento da circulação de agentes infecciosos incomuns no território nacional.

A capacidade de identificar microrganismos raros ou de difícil classificação é importante para a Vigilância Epidemiológica, especialmente em um cenário de emergência de novos agentes biológicos, como bactérias, fungos, leveduras ou de resistência antimicrobiana.

"É parte importante da estratégia e política do Governo do Paraná dar suporte para que as estruturas científicas avancem sempre e tenham possibilidade de realizar análises da melhor forma e em menos tempo. Essa é a nossa missão e também o objetivo do Lacen, que é uma referência nacional e é parte importante para oferecer as melhores soluções em saúde para a população do Paraná", afirmou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

O sistema também coloca o Lacen em contato com banco de dados restritos, encontrados apenas em laboratórios como o do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), dos Estados Unidos da América, uma das maiores referências em pesquisa e catalogação.

Esses bancos de dados não podem ser acessados por qualquer laboratório e servem para a identificação de agentes que apresentem disseminação rápida e que podem se tornar um perigo para a população.

O Lacen/PR se torna referência no Brasil para receber espécies atípicas de outros laboratórios regionais ou de outros estados. “Com isso temos a possibilidade de proteger nossa população contra agentes nocivos”, completou a diretora técnica do Lacen/PR, Lavinia Arend.

HISTÓRICO EM INVESTIMENTOS - O Lacen/PR é o segundo mais antigo do Brasil e completou 130 anos recentemente. Ele passa por um processo de ampliação física e tecnológica, com investimentos que somam cerca de R$ 20 milhões nos últimos seis anos.

Atualmente, ele é reconhecido como um dos mais bem equipados do país e a chegada do espectrômetro de massa integra parte dos investimentos na unidade feitos para diagnósticos moleculares avançados, como um sequenciador genético de última geração, utilizado para mapear genes de resistência antimicrobiana.