​PR amplia em 70% atendimento de pessoas com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica 15/12/2025 - 10:31

Levantamento da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) aponta um crescimento de 57,5% nos atendimentos individuais na Atenção Primária à Saúde (APS) de casos de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) entre 2022 e 2024 no Paraná. O número de usuários cadastrados atendidos com medicamentos do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (Ceaf) da Sesa também cresceu 70,1% nesse período.

Segundo dados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab) do Ministério da Saúde, em 2022 foram 50.358 registros relacionados à DPOC no estado. Esse número saltou para 79.330 em 2024, um crescimento de 57,5% no período. De janeiro a setembro de 2025, já foram contabilizados 57.948 atendimentos.

Em relação ao número de usuários cadastrados para o tratamento da doença, que utilizam os medicamentos do componente especializado da assistência farmacêutica sob gestão da Sesa, o levantamento aponta um crescimento de 15.884 em 2022 para 27.025 em 2024, uma ampliação de atendimento de 70,1%. Agora, em 2025, são 29.960 pacientes atendidos pelo protocolo clínico vigente e elaborado pelo Ministério da Saúde.

Entre 2022 e 2025, já foram dispensados mais de 9,9 milhões de unidades de medicamentos inalatórios com investimento de mais de R$ 79,6 milhões. ​Entre os fármacos utilizados para o tratamento da DPOC disponíveis pelo Ceaf estão budesonida, formoterol, tiotrópio, olodaterol, umeclidínio e vilanterol em diferentes posologias, formatos e combinações.

O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, destacou a relevância do cuidado contínuo e da atenção primária no enfrentamento da doença. "Os números mostram que a população paranaense está buscando mais o atendimento em nossa rede de saúde, o que é fundamental para o diagnóstico e manejo da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. No entanto, a prevenção é a nossa maior aliada. O tabagismo é a principal causa da DPOC e é por isso que investimos tanto em nosso Programa Estadual de Controle do Tabagismo (PECT)", observou.

A DPOC, que engloba o enfisema pulmonar e a bronquite crônica, é uma condição respiratória grave, incapacitante e de alta letalidade, sendo o tabagismo o principal fator de risco evitável. A Sesa reforça a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento adequado para a doença que afeta milhões de pessoas no mundo.

A Diretora de Atenção e Vigilância da Sesa, Maria Goretti David Lopes, ressaltou a importância do programa e a estrutura de apoio oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Paraná. "O tabagismo é uma doença crônica e o usuário de produtos de tabaco é exposto continuamente a milhares de substâncias tóxicas. Pelo PECT, o Paraná desenvolve ações de promoção da saúde, prevenção e, principalmente, o cuidado da pessoa tabagista no SUS", explicou.

O atendimento do Programa Estadual de Controle do Tabagismo é feito prioritariamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), por equipes multiprofissionais que utilizam a abordagem cognitiva comportamental e, se necessário, o apoio medicamentoso. Atualmente, 1.150 estabelecimentos estão cadastrados e habilitados para realizar o programa para o cuidado da população paranaense. Os locais podem ser consultados aqui.

​A DPOC - A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica é uma doença progressiva e irreversível, caracterizada pela obstrução persistente das vias aéreas. Além do tabagismo ativo, a exposição ao fumo passivo, à poluição do ar e a poeiras e produtos químicos no ambiente de trabalho também são fatores de risco.​ Os principais sintomas são falta de ar, tosse crônica, secreção, chiado no peito, sensação de peso ou aperto no peito e cansaço frequente.

​COMPLICAÇÕES - A DPOC não afeta apenas os pulmões. Os fatores de risco, especialmente quando associados à evolução crônica da doença, podem desencadear complicações mais graves, como a Hipertensão Pulmonar (HP). A HP é uma condição em que a pressão nos vasos sanguíneos dos pulmões fica perigosamente alta, sobrecarregando o coração. Essa é uma complicação frequente da DPOC e está ligada a um pior prognóstico, reforçando assim a necessidade de diagnóstico e tratamento precoces.

A Sesa orienta que pessoas com sintomas como falta de ar progressiva, tosse crônica e produção excessiva de muco procurem a Unidade Básica de Saúde mais próxima para avaliação e, se necessário, iniciar o tratamento e o acompanhamento pelo PECT. O diagnóstico precoce e a interrupção do tabagismo são cruciais para retardar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida.

O PECT, alinhado às diretrizes do Instituto Nacional de Câncer (Inca), tem como foco a cessação do tabagismo, que é o fator de risco isolado mais importante de doenças graves e fatais, incluindo a DPOC. O programa desenvolve ações de promoção da saúde, prevenção à iniciação ao uso do tabaco e o cuidado da pessoa tabagista no SUS. O atendimento à pessoa tabagista é realizado prioritariamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), por equipes multiprofissionais compostas por médicos, enfermeiros, cirurgiões dentistas, psicólogos, assistentes sociais, farmacêuticos, nutricionistas e outros.

​COMO FUNCIONA O PECT - O Programa Estadual de Controle do Tabagismo tem como eixo principal a abordagem cognitiva comportamental e o apoio medicamentoso quando indicado. Depois da avaliação clínica, os grupos são organizados e coordenados por profissionais capacitados que desenvolvem estratégias para promover mudança de comportamento e hábitos saudáveis de vida, sendo a condução do grupo por uma dupla de profissionais de saúde de nível superior.

No primeiro mês de tratamento, são feitas reuniões semanais. No segundo, reuniões quinzenais e, do terceiro ao 12º mês, reuniões mensais de acompanhamento para o fortalecimento da cessação.