Secretaria de Saúde apresenta avanços no atendimento à Atenção Primária no 37º Congresso do Cosems/PR 12/11/2025 - 17:49

Dando continuidade à programação do 37º Congresso Estadual das Secretarias Municipais de Saúde do Paraná (Cosems-PR), que segue até esta quinta-feira (13), em Foz do Iguaçu, gestores, técnicos e profissionais de saúde participaram nesta quarta-feira (12) de uma série de mesas-redondas e apresentações técnicas que destacaram a inovação, a integração e o uso de tecnologia como ferramentas para aprimorar a gestão pública e fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS).

“O Congresso é um momento de união e aprendizado. É aqui que Estado e municípios se encontram para trocar experiências, discutir desafios e fortalecer o SUS de forma colaborativa. Com inovação, gestão integrada e foco nas pessoas, estamos construindo um sistema mais moderno, resolutivo e humano, que garante acesso e qualidade em todas as regiões do Estado”, destacou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

Entre os debates, a Diretoria de Atenção e Vigilância em Saúde da Sesa participou da mesa-redonda “Vigilância em Saúde como estratégia de cuidado: antecipar riscos, proteger territórios e salvar vidas”, que enfatizou o papel das ferramentas digitais e da inteligência territorial na modernização do cuidado e na resposta rápida a emergências em saúde.

De acordo com a diretora Maria Goretti David Lopes, a transformação digital tem revolucionado o monitoramento dos territórios e a forma como as decisões são tomadas. “Os territórios são dinâmicos e as emergências em saúde acontecem em tempo real. A diferença entre o controle e a crise pode ser uma questão de horas ou até minutos. Por isso, precisamos de ferramentas que transformem dados em informações qualificadas, capazes de orientar a ação imediata”, ressaltou.

O Governo do Estado vem investindo de forma contínua na implantação de ferramentas digitais em todo o Paraná. Em desenvolvimento desde 2024, a Plataforma Paraná Saúde Digital já reúne mais de 10 mil usuários e integra dados da Atenção Primária, Ambulatorial e Hospitalar, qualificando, em tempo real, as informações disponibilizadas pelo Ministério da Saúde. Outro destaque é o GeoConass Arboviroses, criado em parceria com o Centro de Inteligência Estratégica para a Gestão Estadual do SUS (Cieges/Conass), que permite o monitoramento georreferenciado de doenças e o planejamento de ações preventivas.

Outro ponto abordado foi o Programa de Fortalecimento da Vigilância em Saúde (Provigia Paraná), que tem como foco fortalecer e descentralizar as ações de vigilância nos municípios, com apoio técnico, monitoramento de indicadores e cofinanciamento de ações locais. De 2021 a 2025, o programa já repassou mais de R$ 212 milhões aos municípios, contribuindo para ampliar a cobertura vacinal, o monitoramento de agravos e a investigação de doenças e acidentes de trabalho.

MAIS ESPECIALISTAS - A Diretoria de Contratualização e Regulação da Sesa apresentou o Programa Agora Tem Especialistas – Componente Ambulatorial, que integra o Plano de Ação Regional (PAR) e tem como objetivo ampliar o acesso a consultas, exames e procedimentos especializados em todas as macrorregiões do Estado. O programa já conta com 112 hospitais habilitados e recursos que ultrapassam R$ 137 milhões, com mais de 785 mil atendimentos especializados previstos.

“O Agora Tem Especialistas é um exemplo de política pública construída de forma colaborativa, com planejamento regionalizado e foco na resolutividade”, destacou Raquel Mazetti, da Sesa.

O debate também reforçou os resultados do Programa Opera Paraná, implementado pelo Governo do Estado e desenvolvido pela Sesa, com o objetivo de reduzir o tempo de espera por cirurgias eletivas e aprimorar os indicadores do Plano Estadual de Saúde. O programa criou a Tabela Paraná, que concede um valor adicional em relação à tabela SUS e regionalizou os atendimentos, facilitando o acesso da população aos serviços de saúde.

Desde o início, o Opera Paraná já investiu mais de R$ 1 bilhão, contribuindo diretamente para a redução da fila de espera. Os números mostram um crescimento expressivo: antes do programa, em 2021, foram pouco mais de 331 mil cirurgias; em 2022, 488 mil; em 2023, 589 mil; e em 2024, 686 mil procedimentos realizados.

AUTISMO - A integração entre as linhas de cuidado da Rede de Atenção à Saúde (RAS) e a intersetorialidade no atendimento às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) também foi tema de destaque. A mesa apresentou as ações do Programa Estadual de Apoio à Pessoa com suspeita ou diagnóstico de Deficiência Intelectual e/ou TEA, criado pela Sesa.

Durante a apresentação, a coordenadora de Atenção à Saúde da Sesa, Aline Jarschel de Oliveira Graziani, falou dos avanços que o Paraná tem alcançado no atendimento as pessoas autistas, por meio da capacitação constante dos profissionais de saúde, a articulação com serviços especializados como ambulatórios, Centros TEA, APAEs e outros serviços para a atenção integral e as perspectivas futuras, como o fortalecimento da rede, financiamento e capacitação profissional que serão atendidos pelo Programa.

“O cuidado às pessoas com TEA precisa ir além do atendimento clínico. É fundamental garantir o acompanhamento integral, que envolva saúde, educação, assistência social, esporte e cultura. Estamos qualificando as equipes e estruturando protocolos que ampliem o acesso e a resolutividade da rede, com foco na presença ativa dos profissionais nos territórios e na construção de uma linha de cuidado realmente integrada.”

O Programa Estadual de Apoio à Pessoa com suspeita ou diagnóstico de Deficiência Intelectual e/ou TEA, que será lançado em breve e receberá aporte anual de R$ 43,4 milhões, já abrange 301 municípios e 363 equipes de atendimento habilitadas, conforme resolução própria da Secretaria. A iniciativa amplia as ações e serviços de tratamento e reabilitação de pessoas com Deficiência Intelectual e/ou TEA, de forma regionalizada e descentralizada, garantindo equidade, integralidade e universalidade do cuidado.

Entre as ações do programa estão a capacitação das equipes e a formação de novos profissionais.

ACISPAR - O secretário de Saúde Beto Preto participou da reunião da Associação dos Consórcios e Associação Intermunicipais do Paraná (Acispar) que, entre os assuntos, abordou a compra de ambulâncias com maior capacidade e equipamentos para os municípios.

Segundo Beto Preto, é preciso que o valor de repasse para a compra de ambulâncias pelo governo federal seja reajustado, pois o atual está defasado. “A pressão tem que ser feita no Ministério da Saúde, porque eles não reajustam o valor das ambulâncias há muito tempo e quem está pagando a conta somos nós.”